domingo, setembro 30, 2007

 

ELIS por BAP


Aproveitando que falei da Elis, num post anterior, quero mostrar uma caricatura, feita pelo Baptistão, em 2005, quando ela completaria 60 anos:


Transcrevo, mais uma vez, suas palavras, no blog:

17/03/2005

Vovó Elis

Além do enorme talento, Elis Regina tinha uma função importantíssima na Música Brasileira.
Ouvia e lançava gente nova e boa como nenhuma outra cantora.
Faz uma falta danada.
Hoje, Elis faria 60 anos.
O Caderno 2 do Estadão me pediu que fizesse uma projeção de como ela seria hoje.
Gostei da idéia. Achei que ela seria do tipo que assumiria os cabelos brancos sem problemas.
Ficou assim. Está no Estadão de hoje.

Escrito por Baptistão às 09h49


quinta-feira, setembro 27, 2007

 

BAP (III)


Já falei dele e de suas caricaturas incríveis, em dois posts anteriores (BAP I e BAP II). Agora, gostaria de mostrá-lo, retratado por outra desenhista, de forma não menos incrível:




Transcrevo suas palavras, no blog:

20/09/2007

Valéria retrata

Difícil acreditar, mas é desenho. Grafite.
O modelo não ajuda, mas apesar disso o retrato ficou ótimo.
A autora é a minha amiga Valéria Fernandes.
Segundo ela, um presente em agradecimento pelo link para o site dela que coloquei aqui.
Um agradecimento gigantescamente desproporcional, diga-se.
Vale a pena visitar o site dela. O trabalho é sensacional.
Valéria, estou lhe devendo essa.

Escrito por Baptistão às 20h59


domingo, setembro 23, 2007

 

Elis gravou Djavan?



Elis Regina era uma cantora bastante identificada com alguns compositores. A ponto, aliás, de ter lançado vários deles. Ela gravou muitas músicas de Gilberto Gil; Milton Nascimento; João Bosco & Aldir Blanc; Ivan Lins & Vitor Martins; Renato Teixeira e Belchior.

Além deles, gravou músicas de Tom; Vinicius; Edu; Baden; Carlinhos Lyra; Chico; Caetano; Marcos & Paulo Sérgio Valle; Menescal & Bôscoli; Roberto & Erasmo; Elton Medeiros & Zé Keti; Dorival, Dori e Danilo Caymmi; Ary Barroso; Pixinguinha; Assis Valente; Lupicínio; Dolores Duran; Billy Blanco; Paulinho da Viola; Adoniran; Fagner; Rita Lee; Guilherme Arantes; Beto Guedes; Guinga; João Nogueira; Cartola; Nelson Cavaquinho; Zé Rodrix; Guarabira; Tavito; Egberto Gismonti; Tim Maia; Jorge Ben; Joyce; Sueli Costa; Fátima Guedes; Paulo César Pinheiro; Francis Hime; Jean & Paulo Garfunkel; Gonzagão e Gonzaguinha. Enfim, gravou todo mundo!

E aí, fiquei pensando... Elis gravou Djavan? Por qu’ela gravou tanta gente... Mas e o Djavan? Não me lembrava de nada dele na voz dela. Perguntei pro Arnaldo, que também titubeou. Pesquisei, então, no “oráculo” (como diz a Cecília, referindo-se ao Google) e encontrei:


MÚSICA

Eternamente Elis Regina

Uma das maiores cantoras do Brasil, a Pimentinha Elis Regina recebe tributos em sua memória na passagem dos 20 anos de sua morte, aos 36 anos

por MARCELO ROBALINHO

(...) No mercado fonográfico, a grande novidade para os fãs é o lançamento do CD Elis Regina ao vivo em Montreux. Lançado recentemente pela gravadora Warner, o disco apresenta sete faixas inéditas. Além de uma versão inusitada de Mancada, um samba composto por Gilberto Gil logo no começo da carreira, Elis canta, pela primeira vez, uma música de Djavan, Samba dobrado.

Descobertas pelo titã Charles Gavin nos arquivos da Warner, as canções extras, juntamente com as outras oito faixas lançadas em disco logo após a morte da cantora, representam, agora, o registro fiel da participação de Elis no Festival de Jazz de Montreux, em 1979, na Suíça. Uma curiosidade: por considerar de qualidade inferior, a cantora acabou impedindo o lançamento do álbum, ainda em vida. (...)
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JC on-line
Jornal do Comércio – Caderno C
Recife – 19.01.2002


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Samba dobrado
(Djavan)

Vai ser pior ainda
Quando amanhecer
Tudo que se tem pra cantar
Não dá pra embalar
Nem pra devolver
O direito de escolher
A música melhor para se dançar
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Quem faz parte dessa cena
Gravando! Pode rodar
Pra cumprir a mesma pena
Não é preciso ensaiar
‘Tá combinado
Basta aprender sambar dobrado
Basta aprender sambar dobrado
Basta aprender sambar dobrado
Basta aprender sambar dobrado
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Djavan gravou este delicioso, e talvez pouco conhecido, samba no disco Djavan (1978) e Johnny Alf, em seu songbook. César Camargo Mariano & Romero Lubambo, no CD instrumental DUO (2002) [piano acústico & violão elétrico-acústico]. Ficam, aqui, as 3 versões, além da da Elis, que desencadeou este post.
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sexta-feira, setembro 21, 2007

 

SIM OU NÃO



Sim ou não
(Djavan)

Um dia preciso ir
Na casa da solidão
Só pra saber
Se o que sofri
Dá pra beber
Outra paixão
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Em mim o amor se fez
Do jeito que se inventou
Toda razão
Perde o seu fim
Se um coração
For o juiz
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Vá redimir
O medo de amar
Saudade
.
Enquanto o amor ferir
E o pranto a dor sarar
Não digo não
Nem dou o sim
Deixo o meu coração
Chorar por mim

Djavan gravou esta canção no disco Alumbramento (1980) [gosto deste nome!]. Rosa Passos o fez em seu CD Curare (1991) e Daúde, no songbook do Djavan. Descobri que Cristina Buarque também a gravou, assim como o Quarteto em Cy, mas não temos os discos.


alumbramento [De alumbrar + -mento]
Substantivo masculino P. us.
1. Inspiração sobrenatural; iluminismo.
2. Ato ou efeito de alumbrar-se; deslumbramento, maravilhamento: “Um dia eu vi uma moça nuinha no banho / Fiquei parado o coração batendo / Ela se riu / Foi o meu primeiro alumbramento” (Manuel Bandeira, Estrela da Vida Inteira, p. 116).
3. Inspiração, iluminação.


















quarta-feira, setembro 19, 2007

 

SAMURAI



Samurai
(Djavan)

Ai...
Quanto querer
Cabe em meu coração
Ai...
Me faz sofrer
Faz que me mata
E se não mata, fere
Vai...
Sem me dizer
Na casa da paixão
Sai...
Quando bem quer
Traz uma praga
E me afaga a pele
Crescei, luar
Pra iluminar as trevas
Fundas da paixão
Eu quis lutar
Contra o poder do amor
Caí nos pés do vencedor
Para ser o serviçal
De um samurai
Mas eu 'tô tão feliz!
Dizem que o amor
Atrai...


Djavan gravou Samurai no disco Luz (1982), em Los Angeles, com a participação de Stevie Wonder, tocando harmônica (gaita). Rosa Passos, no CD Azul (2002) e Ed Motta, no songbook do Djavan. Adoro Ed Motta, seu timbre grave, seu suingue. Gostaria de escolher uma porção de músicas pra qu’ele as cantasse/gravasse...




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terça-feira, setembro 18, 2007

 

ÁLIBI



Álibi
(Djavan)

Havia mais que um desejo
A força do beijo
Por mais que vadia
Não sacia mais
Meus olhos lacrimejam teu rosto
Exposto à mentira
Do calor da ira
Do afã de um desejo
Que não contraíra
No amor
A tortura está por um triz
Mas a gente atura
E até se mostra feliz
Quando se tem o álibi
De ter nascido ávido
E convivido inválido
Mesmo sem ter havido


Em 1978, Bethânia lançou o disco Álibi, no qual gravara a canção homônima de Djavan (2ª faixa). Ele o fez, no mesmo ano, no disco Djavan. Coube a Fátima Guedes a gravação em seu songbook.
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sábado, setembro 15, 2007

 

DUPLA TRAIÇÃO



Dupla traição
(Djavan)

Você chegou
Você me viu
Você falou
Você me iludiu
Me beijou
E agora, amor?

Você dormiu
Se retirou
E eu fiquei
Você destruiu
O que fez
E agora, amor?

Na minha opinião
Isso é dupla traição
Se você não sabe pedir
Perdão
Volta que eu quero morrer de alegria
Depois, agradecer
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Djavan gravou, num de seus primeiros discos (Djavan, 1978), esta canção. Em seu songbook (1997) quem a interpreta é Nana Caymmi, que já a havia gravado, antes dele, no disco Renascer (1976). Nessa nova versão ela é acompanhada, ao piano, por Cristóvão Bastos. Pedro Mariano, junto com o pai, a gravou no CD Piano & Voz (2003).





















sexta-feira, setembro 14, 2007

 

TOPÁZIO



Topázio
(Djavan)

Kremlin, Berlim
Só pra te ver
E poder rir
Luzes, jasmim
Meu coração, vaso quebrado
Ilusão, fugir
Da fronteira de topázio e lã
Vou até rubi
Sedução
Poder sonhar
Estupidez
Você arrasa
E me arrasou
Só pra anoitecer
O que é escuro
Ninguém me beijou
Mais puro
'Tô lembrando de você
Uma vez...
Kremlin, Berlim
Pra não dizer Tel Aviv
Ilusão
Fugir de mim
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Moska canta no songbook do Djavan (1997); Gal gravou no disco Profana (1984) que, descobri, a gente só tem em vinil e eu não sei ripar; Djavan, no disco Meu lado (1986).
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quinta-feira, setembro 13, 2007

 

ALIÁS



Aliás
(Djavan)

Existem coisas que o amor diz
Com aquela coisa a mais
De quem é feliz
Jóias caras produzidas no coração
Tiaras sem fim
Guardo essas luzes pra te servir

É tanta coisa que o amor faz
Vem como um rio, em sua calma voraz
Timidez mas sabe voar
Pra fugir da sombra do não-querer
Ademais, quem é que quer sofrer?

Você, o sonho
Meus pés, o chão
Mesmo que bravo
O mar vira na canção
Mística rosa, ave rubra
Meu Deus do céu da boca rubi
Beijo esperado me leve a ti

É um sacrifício dizer um não
Em seu ofício de obedecer à paixão
Seja como for, sempre se faz por prazer
Tudo o que o amor diz
Aliás, quem não quer ser feliz?


Leila Pinheiro gravou esta canção no songbook do Djavan; Rosa Passos, no CD Azul (2002); Djavan, no CD Novena (1994).
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terça-feira, setembro 11, 2007

 

A ROTA DO INDIVÍDUO



A rota do indivíduo
(Ferrugem)
Orlando Morais & Djavan

Mera luz
Que invade a tarde cinzenta
E algumas folhas deitam sobre a estrada
O frio é o agasalho
Que esquenta
O coração gelado
Quando venta
Movendo a água abandonada

Restos de sonhos
Sobre um novo dia
Amores nos vagões
Vagões nos trilhos
Parece que quem parte é a ferrovia
Que mesmo não te vendo te vigia

Como mãe, como mãe
Que dorme olhando os filhos
Com os olhos na estrada
E no mistério solitário da penugem
Vê-se a vida correndo, parada
Como se não existisse chegada
Na tarde distante
Ferrugem ou nada



Caetano gravou esta bela canção no songbook do Djavan. E Djavan, em seu CD Coisa de acender.

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Como diz a Lulu (em seu diário), o que seria dos blogs sem seus assíduos, atentos e participativos leitores... Anderson Alves (clarinetista de mão cheia!) lembrou-me da co-autoria desta canção: Orlando Morais escreveu a letra e Djavan fez a música. Corrijo a falha, portanto, incluindo, inclusive, a versão do co-autor (alguns torcerão o nariz!):

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domingo, setembro 09, 2007

 

NEM UM DIA



Nem um dia
(Djavan)


Um dia frio
Um bom lugar pra ler um livro
E o pensamento lá em você
Eu sem você não vivo

Um dia triste
Toda fragilidade incide
E o pensamento lá em você
E tudo me divide

Longe da felicidade e todas as suas luzes
Te desejo como ao ar
Mais que tudo
És manhã na natureza das flores

Mesmo por toda riqueza dos sheiks árabes
Não te esquecerei um dia
Nem um dia
Espero com a força do pensamento
Recriar a luz que me trará você


E tudo nascerá mais belo
O verde faz do azul com o amarelo
O elo com todas as cores
Pra enfeitar amores gris


gris [Do frâncico *gris, pelo occitânico ant. gris]
Adjetivo de dois gêneros
1. Cinzento (1) tirante a azul: “A natureza tomou uma vestidura penitencial, serguilha rota polvilhada de cinzas. Tudo é gris, desde os restolhais .... aos coutos de urze e sargaço.” (Aquilino Ribeiro, Aldeia, p. 185); “O desolamento daquelas paragens grises, o salseiro do mar e das chuvas” (Vitorino Nemésio, A Mocidade de Herculano, II, p. 280).
[O plural pode ser gris ou grises.]
2. Diz-se dessa cor: um vestido de cor gris.
3. Tip. Diz-se do impresso em que, por defeito de tintagem, se observam tons apagados, cinzentos.
4. Tip. Diz-se do negativo fotográfico que não tem contrastes suficientes, o que impossibilita boa reprodução.
Substantivo masculino
5. A cor gris: O gris é uma cor fria.
6. Ant. Grise.

Só conheço esta canção na voz do Djavan (em seu CD Malásia):

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Arnaldo, carinhosamente chamado pelos amigos músicos de “enciclopédia”, comentou que há uma versão de Nem um dia com Quarteto em Cy & MPB4, no CD Somos todos iguais, onde interpretam canções de Ivan Lins & Djavan (com participação de ambos, em algumas faixas). Deixo-a, então, aqui também:

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sexta-feira, setembro 07, 2007

 

AZUL



Azul
(Djavan)

Eu não sei se vem de Deus
Do céu ficar azul
Ou virá dos olhos teus
Esta cor que azuleja o dia

Se acaso anoitecer
Do céu perder o azul
Entre o mar
E o entardecer
Alga marinha
Vá na maresia, buscar ali
Um cheiro de azul
Essa cor não sai de mim
Bate e finca pé
A sangue de rei
Até o sol nascer amarelinho
Queimando mansinho
Cedinho, cedinho, cedinho

Corre e vá dizer
Pro meu benzinho
Um dizer assim:
Que o amor é azulzinho

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azulejar 1 [De azulejo + -ar]
Verbo transitivo direto
1. Guarnecer de azulejos.

azulejar 2 [De azul + -ejar]
Verbo transitivo direto
1. Dar tom azul a; azular, azulecer, azulear: "O Sol .... oscilava nas montanhas do poente, e azulejava as grimpas dos pinheirais" (Camilo Castelo Branco, Amor de Salvação, p. 11).
Verbo intransitivo
2. Tornar-se azul; azulecer, azulear.
3. Mostrar-se em sua cor azul; azular, azulecer, azulear.

Gal foi a primeira a gravar esta canção, no disco Minha Voz (1982). Em 1997, saiu o songbook do Djavan (Lumiar Discos), onde ela é interpretado por Orlando Morais. Em 2003, foi a vez de Rosa Passos, em seu CD Azul (2003), onde interpreta canções de Djavan, Gil & João Bosco. Surpreendentemente, Djavan não a gravou em um disco original seu. Só foi fazê-lo no álbum duplo Djavan Ao vivo (1999).


















quinta-feira, setembro 06, 2007

 

MAL DE MIM



Mal de Mim
(Djavan)

Eu pensei que fosse coisa para um dia só
Ficar de mal de mim
Reagi, sou seu(sua) amigo(a) e digo: como vai?
você fica séria(o)
E nem sinal, brigou comigo e a solidão
Servirá de lugar pra nós dois

Se é amor, que tal agir e não radicalizar
Sejamos mais lisos
Pega esse meu ombro
Rega, se adormecer sei que o sono passou a perna
Nessa distância férrea, que marcou

Meu amor, dormir contigo é escutar Gal & Tom
O que rolar é bom

Passear, rever amigos, conduzir boas novas
Visitar a Grécia, no futuro
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Algumas canções do Djavan conheci na voz de outras pessoas. É o caso desta, na da Baby, em seu CD Acústico (1997). Djavan, no entanto, já a havia gravado no CD Djavan (1989). Em seu songbook (idealizado e produzido por Almir Chediak – Lumiar Discos) quem a canta é Rosana. E já que a idéia é colocar várias versões, vai a dela também:













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