segunda-feira, julho 30, 2007

 

O CARTEIRO E O LEITOR


Início do capítulo 4:

Passando a infância no interior, nunca fui uma pessoa que recebesse cartas, pois minhas relações de amizade praticamente não existiam fora do pequeno grupo em que eu circulava. Apenas quando, terminado o Colégio Agrícola, comecei a comprar livros por reembolso postal estabeleci um vínculo com os serviços de correio. Recebia um aviso e na mesma hora corria para a pequena agência de postagem, na avenida Vila Rica, para pagar as despesas e retirar os volumes. Para quem não tinha nada de seu - dividíamos um pequeno quarto entre três irmãos, eu dormindo na parte de baixo do beliche -, voltar para casa com o embrulho me colocava na prestigiosa categoria dos proprietários. E esta foi uma das raras fontes de alegria numa fase muito conturbada de minha vida. (...)

[“Herdando uma biblioteca”, Miguel Sanches Neto, Editora Record, 2004, p. 27]

Pro Sean, pela semelhança, fiquei sabendo depois...

.

Associei estas palavras a dois filmes que gosto muito:



Nunca te vi, sempre te amei [84 Charing Cross Road, com Anthony Hopkins & Anne Bancroft] e O carteiro e o poeta [Il Postino, com Massimo Troisi & Philippe Noiret]. Num texto sobre Neruda, tempos atrás, falo da trilha sonora deste 2° filme, de Luiz Enríquez Bacalov. Fica aqui mais uma versão:



Comments:
*



eu dividia um quarto com mais três irmãos. e a parte de baixo do beliche também era minha. e a primeira carta que recebi - também só me relacionava com o núcleo familiar - foi uma emoção e tanto.


acho muito legal 84 Charing Cross Road. eu sou fã desbragado da anne bancroft, acho que ela salvava qualquer porcaria.




*
 
Sean,

Eu também adoro o trabalho dela! Pena que se foi...
bjo,
Clé

O post, então, vai dedicado a você!
 
Filmes deliciosos, Clé.
Me matei de chorar neles.;0)
 
Tb me emocionei com os 2 filmes, Vivien...
bjo,
Clé
 
Uau!
Aliás nem devia falar uau! pois já é certeza chegar aqui e encontrar la crême de la crême:-)
Bom, eu, humildemente peço licença para falar nessa questão que me acompanha, a dos livros e os filmes que eles geram.
Eu li o livro, que é ma-ra-vilho-so!
Em Londres, só e sómente pelo fato de saber que o livreiro caminhava por aquelas rua, me sentia extasiada.

Obviamewnte que se vc ler o livro, é uma história tough! hard!
É duro, muito duro e não tem final feliz.

Aí vamos ao segundo ponto da questão: o filme, é outra linguagem
e precisa atingir outros alvos e obletivos (produção, por exemplo etc etc)
Claro que teria que haver modificação, ninguém é ingênuo para pensar diferente.
Mas, o filme, na minha opinião, não é salvo por ninguém: o filme é maravilhoso, um dos melhores de Ann Bacroft - a inesquecível Mrs Robinson - (ai deu vontade dançar e fazer a correlação com o outro filme0
AnnBancroft, uma lady , uma senhora atrisz e Anthony Hopkins estão soberbos.
Ao ver o filme, esqueça-se o livro.

---
Quando Ann morreu, eu fiz uma homenagem a ela, que foi fotografada pelo grande Richard Avedon.
Mas o que mais impressionava em Ann ela era ser casada com um comediante judeu, (e isso tem todso um sentido especial = o humor judeu!)
Clé, eu digo que mulheres inteligente deviam sempre escolher
para marido homens que as façam rir, entre outras coisas.
O riso tem efeito devastador contra o tédio, e prolonga relações, quaisquer que sejam
==
E como já falei muito, vou passar , o postino do Neruda.
Mas é bonito, é bonito!
Belo escritor.
Belos atores: meu amado Philippe Noiret (de la Grande Bouffe).
Ah, vir aqui guarda a mesma sensação de se fazer um passeio por um país europeu!
Não que no Brasil não haja lugares maravilhosos - vc deve ter entendido o que quis dizer.
Ese blog é o blog dos sonhos!
Não me saia nunca daqui!
Eu não vou resistir.
===
Soube hoje que além de Bergman, Michel Serrault outro ator fancês morreu.
Mas eles permanecem.
bejos
e
Obrigada por tanta beleza no seu blog, essa sensação maravilhosa.
Beijos
Meg
 
Fico feliz por ter escrito este comentário ANTES de ver o post abaixo.
Mas, queria pedir perdão, pela minha vista fraca (quase não enxergo), mas há outros erros não são gralhas:
Por Júpiter, o nome de Anne Bancroft é Anne e não Ann, como eu insisti em escrever.
E, claro que o marido feliz, hoje triste com a ausência precoce da amada, é o fa-bu-lo-so Mel Brooks.
Hahahah
Só de pensar nele já rio.
Os filmes, O Jovem Frankenstein, The Producers, Alta Ansiedade ai, mamma mia!
Ele é demais
beijos
 
Anne & Antony estão, mesmo, soberbos neste filme, Meg! Impressiona-me uma cena em que ele, lendo (em forma de diálogo) uma das tantas cartas qu'ela lhe escreve, fala com os olhos... Não cheguei a ler o livro. Preciso procurá-lo.

Mel é hilário! Há algumas participações (ótimas) dele, no seriado da Sony Mad about you, como tio do Paul (ou será da Jamie?).

Massimo Troisi, no papel do carteiro, é arrebatador! Simples, ingênuo, autêntico... Encantei-me com sua atuação! Pena que não pôde ver a repercussão do seu trabalho. Faleceu logo após o término das filmagens.

bjo,
Clé
 
Não há o quê desculpar, Meg... como você mesma disse: é a sua marca! Dou o maior desconto!
bjo,
Clé
 
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