terça-feira, novembro 27, 2007

 

Caymmi, Caetano & Tom



Outros 2 depoimentos do CD Caymmi Inédito (1984):

Caymmi é fácil demais e, por isso mesmo, um pouco difícil falar de Caymmi. Porque ele é uma paixão total, assim, o amor que eu tenho por ele e que eu posso conceber que se tenha por ele, é assim total, sem limitações, é uma coisa assim de uma beleza ilimitada, e ao mesmo tempo é uma coisa muito simples. Ele é um compositor até que não é, como é que se diz, prolixo, ele não tem canções demais, ele tem um número grande de canções, mos relativamente pequeno, comparado com outros compositores, mas cada canção dele é uma jóia, assim perfeita, e todo o clima dele é um clima de quase uma sabedoria muito profunda que ele parece ter tido desde sempre, é uma coisa, calhou acontecer aquele homem, né? O João Gilberto fala sempre que o Caymmi é que é o gênio da raça. O João Gilberto diz que aprendeu tudo com Caymmi e que a gente deve estar sempre aprendendo com Caymmi. “Aprenda tudo com ele...” o João Gilberto fala de Caymmi. Você vê, é engraçado porque são três gerações: o Caymmi, o João Gilberto e eu, e o João Gilberto diz isso pra mim, pra mim e pros meus colegas de geração, pros meus companheiros, e o João Gilberto foi o mestre imediato da minha geração, porque nós somos uma geração que começou com uma admiração, começou por uma admiração pelo bossa-nova, não é?... E o bossa-nova foi que nos formou e o João Gilberto que era o núcleo, o centro do bossa-nova, assim, ele sempre viu o Caymmi como o exemplo máximo do artista como deve ser e do homem como deve ser.
CAETANO VELOSO



Eu conheci o Dorival Caymmi nos idos de 48/49... Eu ‘tava assim muito empenhado, eu queria ser músico de qualquer jeito, me aproximei dele e depois nos tornamos grandes amigos. O Dorival é um gênio, uma pessoa assim que se eu pensar em música brasileira eu vou sempre pensar no Dorival Caymmi. Ele é uma pessoa incrivelmente sensível, uma criação incrível, eu digo isso sob o ponto de vista musical, sem falar do poeta e do pintor, porque o pintor, inclusive, eu ganhei um quadro dele, eu dei uma flauta pro filho dele e ele me deu um quadro que é uma maravilha. Eu outro dia perguntei a Danilo Caymmi: mas, rapaz, como é que seu pai pinta assim? Ele não estudou. Um negócio! Porque o Dorival é um grande pintor mesmo, não é negócio de brincadeira não, e nas músicas, então, nem se fala, né?

TOM JOBIM

Comentários de Caymmi sobre 2 de suas composições:


A preta do acarajé
Dorival Caymmi

Dez horas da noite
Na rua deserta
A preta mercando
Parece um lamento...

(Iê abará)

Na sua gamela
Tem molho cheiroso
Pimenta-da-costa
Tem acarajé

(Ô acarajé ecó olalai ó – Vem benzê-ê-em, tá quentinho)

Todo mundo gosta de acarajé (bis)
O trabalho que dá pra fazer é que é (bis)
Todo mundo gosta de acarajé (bis)

Todo mundo gosta de abará (bis)
Ninguém quer saber o trabalho que dá (bis)
Todo mundo gosta de abará (bis)
Todo mundo gosta de acarajé

Dez horas da noite
Na rua deserta
Quanto mais distante
Mais triste o lamento

(Iê abará)

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Era eu menino ainda e já me impressionava o pregão da negra vendedora de acarajé. Quanto mais distante, mais me parecia um lamento. O pregão era em nagô, na língua geral dos negros, e enchia-me os ouvidos de música e de nostalgia: “ó acarajé ecó olalai ó”, e continuava em português: “Vem benzé-é­em, tá quentinho”, para logo marcar o abará: “Ié abará”. Não havia noite que eu não ouvisse. A negra era pontual com seu tabuleiro pela minha rua: pelas dez horas da noite ela passava. E, além do pregão, ela, ao descansar o tabuleiro para vender o acarajé apimentado e o abará, costumava dizer aquilo que, anos depois, eu tomaria como motivo para a letra da música que fiz sobre esse motivo. Era quase um resmungo: "Todo mundo gosta de acarajé, mas o trabalho pra fazê é que é". O lamento do pregão eu o deixei tal qual, palavra e música. Em verdade, esta canção é muito mais daquela preta que vendia acarajé na minha rua do que mesmo minha...

[extraído do livro “Dorival Caymmi – Cancioneiro da Bahia”, pp.158, 159]




É doce morrer no mar
Dorival Caymmi / Letra de Jorge Amado

É doce morrer no mar
Nas ondas verdes do mar
A noite que ele não veio foi
Foi de tristeza pra mim
Saveiro voltou sozinho
Triste noite foi pra mim...

É doce morrer no mar... etc.

Saveiro partiu de noite, foi
Madrugada, não voltou
O marinheiro bonito
Sereia do mar levou...

É doce morrer no mar... etc.

Nas ondas verdes do mar, meu bem
Ele se foi afogar
Fez sua cama de noivo
No colo de Iemanjá

É doce morrer no mar... etc.


Foi num dia feliz que nasceu a melodia desta canção. Estávamos vários amigos – entre os quais os inesquecíveis Érico Veríssimo e Clóvis Amorim – reunidos em casa do coronel João Amado de Faria – a quem eu tanto queria – para um daqueles almoços. Em meio à festa e ao calor da amizade compus a toada sobre um tema de "Mar morto", romance dos mestres de saveiro da Bahia. Na mesma hora, Jorge acrescentou alguns versos aos publicados no romance, completando a letra.

[extraído do livro “Dorival Caymmi – Cancioneiro da Bahia”, pp.16, 17]



sexta-feira, novembro 23, 2007

 

Caymmi, Amado & Carybé (3 irmãos de esteira)



No CD Caymmi Inédito (1984), a voz de Dorival Caymmi é intercalada por depoimentos de Jorge Amado, Carybé, Tom Jobim & Caetano Veloso. Aqui estão 2 deles:
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“Caymmi representa um dos momentos mais altos da criação brasileira e da criação baiana, em particular. Quer dizer, a poesia mais profunda da vida baiana, do povo baiano, não é? Caymmi é uma flor nascida lá em cima que desabrocha de toda esta terra trabalhada, da cultura popular adubada com suor, com sangue, com sonho, com esperança, com todas as dificuldades possíveis que o homem encontra, com todo a magia, e que de repente produz uma flor de cultura, uma coisa esplêndida, única, luminosa, que é a obra de Caymmi, desse poeta extraordinário.”
JORGE AMADO




“O Axé de Opô Afojá, Candomblé de Mamãe Senhora, uniu três pessoas que hoje em dia são três irmãos de esteira – cada um tem uma esteira. Agora, um é Obá Onikoyi, outro é Obá Olorum e o outro é Obá Onoxocum. Em português, seria Dorival Caymmi, Jorge Amado e Carybé. Os três irmãos de esteira. E, aí nos unem laços assim secretos e misteriosos... né? Agora, na vida comum, eu acho que ele é fabuloso. Agora, ele tem uma coisa contra que não consegue fazer os coisas por causa da preguiça, porque o grande inimigo dele é a preguiça, ou amigo, deve ser amigo, mais do que inimigo, porque não há dúvida que preguiça é uma coisa gostosa, né? Com bicho-do-pé, se tiver, ainda melhor. Ele fica lá naquele Rio dos Ostras, comendo ostra, tocando violão, limpando garrucha, punhais, colecionando bengalas... né? Então ele vai levando a vida assim... Pinta um quadrinho, e tal, todos eles são bons, menos o meu retrato, porque o meu retrato é o Retrato de Dorian Gray, que ele vai pegando, assim, cada dois anos, três anos, um ano e meio, né, então, mudo... De repente eu estou mais mocinho, daqui o pouco ele faz um coroco, né? E, enfim, é isso.”

CARYBÉ


preguiça [Do lat. pigritia]
Substantivo feminino.
1. Aversão ao trabalho; negligência, indolência, mandriice.
2. Morosidade, lentidão, pachorra, moleza.
3. A corda dos guindastes.
4. Pau a que estão pregadas as cangalhas da canoura.
5. Bras. Zool. Designação comum aos mamíferos desdentados, bradipodídeos, arborícolas, de pelagem muito densa e longa, membros muito desenvolvidos e cauda rudimentar, assim chamados pela notável lentidão de seus movimentos. Entre os seus pêlos vivem carrapatos e microlepidópteros ou traças. [Sinônimo, nesta acepção: aí, aígue e (PA e MG) cabeluda.]
6. Bras. Zool. V. urutau.




Encontrei, no livro de letras e partituras de Dorival Caymmi, “Cancioneiro da Bahia” [editora Record], este prefácio escrito por Jorge Amado:
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Obá Onikoyi

Jorge Amado


Poeta, compositor e cantor, Dorival Caymmi é hoje a figura principal da música popular brasileira, pode-se dizer que ele é o próprio povo do Brasil em sua voz mais pura, em sua melodia mais profunda e eterna. Diante do baiano inclinam-se respeitosamente os demais mestres de nossa música, de Antônio Carlos Jobim a Vinicius de Morais, de João Gilberto a Paulinho da Viola, de Caetano Veloso a Gilberto Gil, os mais velhos e os mais jovens, os da bossa nova, os do sambão, todos quantos compõem, gravam e cantam.

Dorival Caymmi ultrapassa os sessenta anos de idade cercado pela admiração dos intelectuais e pelo amor do povo. Trazendo nas veias sangue negro e sangue italiano, nascido à beira do mar da Bahia – a Bahia é a célula máter do Brasil, onde a mestiçagem determinou e determina as linhas mestras da cultura nacional –, fez-se o intérprete da vida popular, o bardo cantor das graças, do drama e do mistério da terra e do homem baiano. Ainda adolescente viveu com intensidade, nas ruas, nas ladeiras, nos becos da urbe mágica, a aventura de um povo capaz de sobreviver e ir adiante nas mais duras condições de existência, sobrepondo-se à miséria e à opressão para rir, cantar e bailar, superando a morte para criar a festa. Apoderou-se do drama, da emoção e da magia da cidade sem igual, do povo que liquidou todos os preconceitos e fez da mistura de sangues e raças sua filosofia de vida. Nessa cidade e nesse povo, Caymmi tem plantadas as raízes de sua criação, a precisa realidade, tantas vezes cruel, e a mágica invenção.

Não por acaso ele é um dos doze obás da Bahia, DorivaI Caymmi Obá Onikoyi. Obá significa mestre, ministro, chefe, é o mais alto título, o posto civil mais eminente na hierarquia do candomblé, das religiões afro-brasileiras. Obá de Xangô, no Axé do Opô Afonjá, consagrado de Oxalá, compôs ultimamente uma Oração para Mãe Menininha, canto de amor à mais famosa e venerável mãe-de-santo dos terreiros baianos, Mãe Menininha do Gantois, que é, sem dúvida, a canção mais cantada no Brasil nos últimos anos. Toda a obra musical de Caymmi nutre-se de um conhecimento total da vida popular, conhecimento vivido, pois o poeta não é senão o povo no momento supremo da criação.

Uma família de músicos. A esposa de Caymmi, minha afilhada Adelaide Tostes Caymmi, é a mesma Stella Maris que cantava blues ao micrô das estações de rádio quando, nos idos da década de 30, conheceu o jovem compositor recém-desembarcado no Rio de Janeiro. Do casamento feliz nasceram uma filha e dois filhos. A filha, Nana, é cantora, herdou a maravilhosa voz do pai. Dory, o filho mais velho, é compositor, orquestrador, regente, músico dos mais sérios e respeitados; Danilo, o mais moço, domina uma doce flauta de sonho e suas composições revelam extraordinário talento, espantosa vocação. Não se contentou Dorival Caymmi com sua própria criação inigualável; ainda nos deu, de parceria com Stella, o poema e o canto dos filhos.

Os orixás da Bahia possuem seus favoritos, para eles reservam o dom da criação e a grandeza. Assim aconteceu com o moço Dorival Caymmi. Os orixás cumularam de talento e dignidade esse filho da grande mistura de raças que nas terras brasileiras se processou e se processa, criando uma cultura e uma civilização mestiças que são nossa contribuição para o tesouro do humanismo. Baiano de picardia e invenção, Dorival Caymmi povoou o Brasil de ritmos e de beleza.

[extraído do livro “Dorival Caymmi – Cancioneiro da Bahia”, pp. 5, 6]

mater [Lat., ‘mãe’]
Substantivo feminino
1. Aquela a quem é socialmente atribuído o papel de mãe; mãe social.

bardo 1 [Do celta, pelo lat. bardu]
Substantivo masculino
1. Poeta heróico, entre os celtas e gálios.
2. Trovador; vate, poeta: “Leva-to [o teu nome] além das passadouras eras / Do bardo misterioso o eterno canto” (Almeida Garrett, Camões, p. 113).

bardo 2 [Var. de barda]
Substantivo masculino
1. Cerca de silvado; barda.

urbe [Do lat. urbe]
Substantivo feminino
1. Cidade (1): “Nada se respeitou até agora [na cidade do Rio]. Nenhuma preservação de elementos tradicionais, nenhuma defesa dos valores históricos da urbe.” (Brito Broca, Horas de Leitura, pp. 150-151.)
[Plural: urbes]

picardia [Do esp. picardía]
Substantivo feminino
1. Ação de pícaro.
2. Pirraça, partida.
3. Desfeita, desconsideração.

pícaro [Do esp. pícaro]
Adjetivo
1. Ardiloso, astuto, velhaco, patife, vigarista.
2. Fino, esperto, sagaz.
3. Ver picaresco (1).
Substantivo masculino.
4. Indivíduo pícaro: “Quantos bêbados, vagabundos, jogadores, jactanciosos, pícaros, velhacos, libertinos, .... o são pela inferioridade mórbida do caráter, pela degeneração psíquica que lhes vieram do berço, e se incrementaram com a má educação!” (A. Austregésilo, Obras Completas, I, p. 392.)
5. Liter. Tipo de personagem travessa, bufona, ardilosa, que vive de expedientes, a expensas das várias classes da sociedade. [Feminino: pícara]


Oração de Mãe Menininha
Dorival Caymmi

Ai, minha mãe
Minha Mãe Menininha
Ai, minha mãe
Menininha do Gantois

[bis]

A estrela mais linda, hein?
Tá no Gantois
E o sol mais brilhante, hein?
Tá no Gantois
A beleza do mundo, hein?
Tá no Gantois
E a mão da doçura, hein?
Tá no Gantois
O consolo da gente, ai!
Tá no Gantois
E a oxum mais bonita, hein?
Tá no Gantois

Olorum quem mandou
Essa filha de Oxum
Tomar conta da gente
De tudo cuidar
Olorum quem mandô-ê-ô
Ora, iê - iê - ô...



Quando se comemorou na Bahia o cinqüentenário de mãe­-de-santo da venerável Menininha do Gantois, numa festa que congregou todo o povo baiano, fiz parte da comissão promotora dos festejos, ao lado de Carybé, Jorge Amado, Pierre Verger, James Amado e Mário Cravo. Compus então a "Oração de Mãe Menininha", minha homenagem àquela que é a mais doce e bela rainha da Bahia, a que zela pelos orixás e pelo povo baiano com dedicação exemplar.

[extraído do livro “Dorival Caymmi – Cancioneiro da Bahia”, pp. 144, 145]



quarta-feira, novembro 21, 2007

 

Carybé


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Zélia Gattai fala, constantemente, do grande amigo do casal Carybé, em seu livro “Vacina de sapo e outras lembranças” [2005]. Pesquisando sobre ele, descobri seu traço delicado, colorido, minimalista e seu olhar absolutamente detalhista. Pode parecer contraditório, mas não é.
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Argentina, Itália e Brasil
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Carybé (1911-1997), nome artístico de Hector Julio Paride Bernabó, pintor figurativo brasileiro de origem argentina, cuja estilização gráfica aproximou-se da abstração.

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Nasceu na cidade de Lanús e, após ter vivido na Itália, dos 6 meses aos 8 anos de idade, radicou-se no Brasil, inicialmente no Rio de Janeiro, onde estudou na Escola Nacional de Belas Artes.

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[auto-retrato]
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Baiano de puro sangue
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Em 1938, foi para Salvador, fixando-se definitivamente na Bahia, a partir de 1950. Sete anos mais tarde, naturalizou-se brasileiro.
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Recebeu o apelido de Carybé (nome de um peixe de água doce), pelo qual é internacionalmente conhecido, na época em que era escoteiro, porque esse era o nome de sua barraca de acampamento.
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Suas obras, tanto pinturas como desenhos, esculturas e talhas, refletem a chamada baianidade, através da representação do cotidiano, do folclore e de suas cenas populares. Em 1955, foi escolhido como o melhor desenhista nacional na III Bienal de São Paulo.

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Inspirado pela cultura afro-brasileira, no início da década de 1970 dedicou-se a fazer talhas que focalizavam seus rituais e orixás, em obras como Festa de Nanã, Alá de Oxalá, Ajerê e Pilão de Oxalá.

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Em seus desenhos e aquarelas, predominam a cor sépia, como no álbum Sete portas da Bahia. Além desses trabalhos, destacou-se pela criação de murais, hoje expostos em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Montreal, Buenos Aires e Nova York.

Artista multifacetado
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Também fez ilustrações de obras literárias, como Macunaíma, de Mário de Andrade, O sumiço da santa, de Jorge Amado.
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Exibiu seus trabalhos em mostras coletivas e individuais desde 1940. Entre elas, destacam-se as realizadas no Museu Municipal de Buenos Aires e nas galerias Nordiska, Amalta e Viau, na Argentina; na Galeria Oxumaré, em Salvador; no Salão Nacional de Arte Moderna, no Rio; e na I Bienal Nacional de Artes Plásticas da Bahia.
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Freqüentador assíduo dos terreiros de candomblé baianos, embora dissesse não acreditar na vida após a morte, faleceu, no dia 1º de outubro de 1997, no terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, depois de sofrer um enfarte.
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Fonte: Encarta-BR 2000
Texto extraído do site:
http://www.pitoresco.com/brasil/carybe/carybe.htm e ilustrações de vários sites.
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Biografia:
http://www.escritoriodearte.com/listarQuadros.asp?artista=3
http://noticias.uol.com.br/licaodecasa/materias/ult1789u665.jhtm
http://www.pitoresco.com.br/espelho/valeapena/caribe/
http://www.pinturabrasileira.com.br/artistas_bio.asp?cod=81&in=1

Obras:
http://www.bolsadearte.com/cotacoes/carybe.htm
http://www.artemmizrahi.com.br/ArtistaExposicao.aspx?cod=8
http://www.galeria22.com.br/paginas_dinamicas/categoria1.asp?iCat=79
http://www.pinturabrasileira.com/artistas.asp?cod=81
http://www.agenciaminas.mg.gov.br:80/admin/fotos/26082005050844carybe.jpg


O capeta Carybé
CARYBÉ
Jorge Amado


Nessa narrativa, Jorge Amado traz muitos relatos sobre seu grande amigo Carybé, cuja riqueza de vida é quase ficção: aventuras de sobrevivência, casamento, andanças desde Buenos Aires, sua terra natal, até a Bahia.

O artista plástico registrou nas suas obras cenas e cenários muito brasileiros, como vilarejos de pescadores, bailarinas, saídas de igreja e pausas de vaqueiros. Sua obra levou a Bahia mundo afora. Por isso Jorge Amado fala de Carybé como “exemplo notável em sua arte, que recria a realidade do país e da vida popular que ele conhece como poucos, por tê-la vivido como ninguém”.

Editora: Berlendis & Vertecch
ISBN: 8586387061
Ano: 1996
Edição: 30ª
Número de páginas: 64
Coleção: ARTE PARA JOVENS

Links do livro:
http://www.berlendis.com/capeta.htm
http://www.submarino.com.br/books_productdetails.asp?Query=ProductPage&ProdTypeId=1&ProdId=173218&ST=SR#javascript;
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/resenha/resenha.asp?nitem=88873
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Outra explicação pro apelido:
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"Carybé é um apelido antigo. Júlio o assumiu pensando que se tratava de um pássaro da fauna brasileira, mas acabou sabendo pelo amigo Rubem Braga que a palavra significava mingau de milho servido às mulheres paridas. O mestre não passou o recibo e disse entre risos, 'não tem problema, eu gosto muito de mingau'."

caribé [Do tupi]
Substantivo masculino. Bras.
1. Alimento preparado com polpa de abacate.
2. Refresco feito com beiju de tapioca.
3. Mingau de farinha fina.


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